Associação Nacional de Peritos Médicos divulga carta aberta à população

CARTA ABERTA DA PERÍCIA MÉDICA À POPULAÇÃO

A Previdência Social é uma das instituições mais nobres do Brasil. É nela que milhões de brasileiros depositam durante anos a fio uma parte importante do fruto do seu trabalho. É na Previdência Social que repousam as esperanças de tantos cidadãos que sonham com um futuro mais ameno. É na Previdência Social que o trabalhador brasileiro enxerga o seu porto seguro quando a doença ou o acidente lhe impedem de ir à luta na busca do pão nosso de cada dia.


Mas a Previdência Social está muito doente! Infelizmente essa instituição criada para ser referência está sem rumo. É por isso que a perícia médica previdenciária está parada. Os peritos estão em greve porque não podem mais tolerar os desmandos, a falta de organização administrativa, a incompetência na condução desta instituição. Os peritos médicos previdenciários estão em greve para, quem sabe, em curto prazo não estarem de luto.


Essa não é uma paralisação por melhoria salarial apenas e sim, pela dignidade de uma carreira. Os peritos médicos querem respeito, querem tempo e estrutura para atender à população brasileira com segurança, cuidado e dedicação. Eles querem liberdade para trabalhar sem interferências internas ou externas, querem ter e dar qualidade de atendimento, sem limitações de tempo ou falta de estrutura.


Os peritos não querem mais ser vítimas de agressões e ver os segurados sendo impedidos de obter seus direitos. Querem assumir seu papel na estrutura da instituição e ter autonomia para poder colaborar com o aperfeiçoamento do sistema previdenciário. E isso se inicia pelo aprimoramento de cada perito, dentro e fora do INSS.


Os peritos querem ajudar a Previdência a crescer e reencontrar seus rumos, tendo os cargos com poder de decisão ocupados por servidores competentes e não por pessoas despreparadas. Os peritos querem ser respeitados em seu direito legal de praticarem medicina fora da autarquia.


Todas estas demandas são antigas e há anos os peritos não obtêm resposta. A categoria quer ter o direito, previsto na legislação, de cumprir sua jornada de trabalho em seis horas corridas e, com isso, ajudar a otimizar o atendimento pericial. A categoria quer ainda que o INSS informe à população, de maneira clara e honesta, qual o papel da perícia e o que é o benefício por incapacidade.


A greve dos peritos médicos foi iniciada em 22/06/2010. A cúpula do INSS não se movimenta em busca de soluções e aguarda o esvaziamento da paralisação. É uma atitude ruim para a Previdência Social e para o grande número de pessoas que dependem do INSS. Os médicos peritos não esmorecerão antes de ver concretizadas todas as suas aspirações. Esse é o papel de quem recebeu da sociedade a incumbência de permitir acesso aos benefícios e de zelar por sua concessão de forma tecnicamente correta.


Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social