Para chamar a atenção sobre as condições em que atuam, médicos do SUS, em Mato Grosso do Sul, fizeram uma manifestação diferente: reforçaram os turnos de trabalho.
Na Bahia, médicos parados e as filas de espera dos hospitais cheias. O mesmo aconteceu em Sergipe, em Minas, no Ceará. Ao todo a paralisação dos médicos, que atendem pelo SUS (Sistema único de Saúde) atingiu 21 estados. Milhares de consultas foram canceladas. Mas, em Mato Grosso do Sul, a forma de manifestar a indignação surpreendeu os pacientes. "Hoje eu fui atendida em meia hora”, conta a dona de casa Neuci Cristina da Costa.
Em Campo Grande, os médicos resolveram aumentar a equipe. Num posto de saúde, onde 21 médicos atendem por dia 450 pacientes, hoje 33 trabalharam. Segundo a categoria, é assim que deveria ser sempre.
"Somos poucos e a demanda é muito grande, então a gente fica trabalhando por três, quatro ao mesmo tempo”, fala o médico Renato Figueiredo.
Numa unidade de atendimento de Campo Grande, o período da noite, geralmente concentra o maior número de atendimentos, mas desta vez sobraram cadeiras. A ideia de trabalhar mais no lugar de cruzar os braços foi do Conselho Nacional de Medicina junto com Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul.
"É preciso valorizar agora o ser humano, a mão de obra, que está muito desvalorizada nos últimos tempos", afirma o presidente do sindicato dos Médicos/MS, Marco Antônio Leite.