"O encontro vai transcorrer em dois dias e todos vão ter oportunidades de se posicionar e contribuir nas discussões. O objetivo é fazer essa administração superar divergências, onde todos possam participar e construir um plano de estratégia sindical em favor do médico brasileiro", ressaltou o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira.
"Mercado de Saúde Suplementar" foi o primeiro tema a ser palestrado pelo diretor presidente da Unimed Belo Horizonte, Helton Freitas. Em seu discurso, ele explicou como acredita que a saúde suplementar está no seu melhor momento.
"O sistema está em crescimento e o mercado brasileiro inaugura uma nova era, com ingresso de capital internacional, investidores organizados, verticalização de grandes operadoras e formação de redes hospitalares, migração das operadoras para o interior, fortalecimentos dos administradores e endurecimento da regulação".
O secretário de suplementar da FENAM, Márcio Bichara chamou a atenção para os problemas vividos hoje e a dúvida em relação à entrada americana no mercado, com a compra da Amil pela UnitedHealth Group, gigante do setor nos Estados Unidos.
"Já estamos preocupados com questões atuais como pequenas operadoras, baixa remuneração da Unimed e profissionalização da gestão. E a preocupação aumenta com a abertura aos americanos, porque não conhecemos a metodologia utilizada e não sabemos como isso vai realmente afetar a relação de trabalho e até ameaçar".
Freitas também defendeu a Unimed e mostrou o seu desejo para que a Cooperativa fosse tomada como ação estratégica do movimento médico.
"A Unimed é uma ação articulada da categoria para que os médicos se organizem. Gostaria que ela fosse defendida porque envolve a proteção do trabalho médico, a participação econômica, política, o desenvolvimento cooperativista e programas de proteção social".
Na parte da tarde, o professor de Matemática Financeira, Pedro Waldo Fernandes da Cunha, palestrou sobre "Perdas Inflacionárias e do Poder de Compra dos Trabalhadores". Ele explicou o cenário econômico que o país vive e buscou embasar com a divulgação de dados utilizados em pesquisas.
"Os trabalhadores ao perderem poder de compra têm perdas materiais. Então, com 0,5% de inflação ao mês, algo próximo de pouco mais de 6% de inflação ao ano, a perda material é de 38% do salário de um mês, é uma perda alta. Temos a oportunidade de anualmente renegociar os seus salários, a ideia é trazer para os sindicalistas novos elementos para isso".
Segundo ele, para zerar as perdas, é necessário a recomposição do poder de compra igual à inflação do período.
A reunião do Conselho Deliberativo da FENAM continua nessa sexta-feira (23) e abordará assuntos como a previsão orçamentária de 2013; o plano de ação sindical; ações em favor da categoria, CBHPM, PCCV, médicos federais e contribuição sindical.