O Forponto é alvo de críticas. Segue apresentando falhas e não registra corretamente as horas de trabalho de cada médico. Até agora, ninguém deixou de receber pelo tempo trabalhado, mas há o medo de que isso ocorra: o próprio programa desconta horas, registrando ausências que não existem.
"Eu trabalhei 22 horas extras e o Forponto não registra mais que cinco", afirmou o sanitarista Carlos Megale. O equivalente às horas de suposta falta não foram descontados da remuneração, mas essas falhas criam expectativas e desconfiaça. Megale completa: "Eu não sou contra o Forponto, mas tem que ser um negócio que funcione, que permita que eu monitore minhas horas".
Os profissionais são obrigados a justificar faltas que, na realidade, não aconteceram – e não recebem comprovantes quando batem o ponto. "Não é só desconto, é o trabalho que dá para a gente justificar; você não tem um registro físico para provar", explica o pediatra Gilson Bonomi. Os problemas do Forponto começam quando o médico chega à máquina, que não reconhece as impressões digitais. O resultado é uma fila de profissionais esperando que o equipamento funcione corretamente – algumas das máquinas já têm um aviso de que estão quebradas.
Durante a visita, a equipe do sindicato tomou conhecimento de um cartaz, fixado na ala ginecológica do HRAN, que alerta :"Violência obstétrica é violência contra a mulher". O aviso, que traz uma série de orientações a serem seguidas durante o parto, não foi autorizado pela direção do hospital e confronta a autonomia do médico de decidir o que é melhor para suas pacientes. Gutemberg Fialho pediu, informalmente, que a direção do hospital abra sindicância para apurar a questão – segundo informações, o cartaz teria sido pregado pela enfermeira Gerusa de Medeiros.