Médicos da rede pública de saúde adiam paralisação

A data estipulada para paralisar os atendimentos (30 e 31 de maio), foi repensada pelos médicos que trabalham na rede pública de saúde, para não prejudicar a população. A decisão de adiar a paralisação foi tomada em assembleia que aconteceu ontem (26) no Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul).

Os médicos ainda não tiveram uma contraproposta da prefeitura para suas reivindicações. Contudo, entendem que suspender o atendimento em um momento tão crítico para a saúde, com superlotação nas unidades devido as viroses de outono e surto de dengue, seria compactuar com o caos na saúde.

De acordo com o presidente do Sinmed-MS, Valdir Shigueiro Siroma, a atual situação de trabalho, junto com o desinteresse dos órgãos competentes para dar tratativa ao caso está se tornando insustentável. "Querem cortar recursos da saúde, o que é inconcebível, já que qualquer leigo sabe que é na Saúde que precisa ser feito investimento e não cortes”, comenta Siroma.

Além de ressaltar o descaso da prefeitura com os médicos, a categoria também notifica algumas irregularidades denunciadas durante a assembleia: Pagamento diferenciado de forma exagerada no Cempe (Centro Especializado em Pediatria); Corte de mão de obra, apesar da nítida evidência do aumento da demanda em função do surto epidêmico de dengue e viroses que ocorrem entre os meses de março, abril e maio; Precarização do atendimento da população nas unidades de saúde, como a deterioração das construções, equipamentos e falta de medicamentos; e contratação indevida de funcionários em cargo comissionado.

"A culpa pelos problemas que temos visto não é do médico e sim da gestão, trabalhamos todos os dias de forma árdua e não ganhamos supersalários como está sendo divulgado, se isso acontece com alguém é preciso ser avaliado individualmente pelos gestores, o que não pode é generalizar a categoria e desgastar a imagem do médico perante a sociedade", acrescenta o presidente do Sindicato.

A possibilidade de paralisação, que vem sendo discutida há mais de 3 meses, não foi descartada por completo. Os médicos já marcaram uma nova assembleia para a primeira quinzena de maio, data estipulada pelo Secretário Municipal de Administração para o fim das negociações, levando em consideração a data base de reajuste dos servidores municipais.