O diretor do SIMERS, Jorge Eltz, lembrou que o PACS é uma das maiores emergências de Porto Alegre e está trabalhando no limite. Entre as precariedades listadas por ele, que também é pediatra do postão – como é conhecido o local, estão a dificuldade em se transferir pacientes, especialmente os de psiquiatria, realizar exames laboratoriais, a superlotação e escassez de profissionais.
Eltz ressaltou que, enquanto isso, o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV) está com leitos fechados. “Qual a justificativa para que um hospital do município, referência na área, esteja fechado, enquanto nesse pronto atendimento mães ficam com os filhos no colo e recebendo medicação sem nenhuma condição?”, questionou.
O dirigente lembrou ainda que com a chegada do inverno e o frio rigoroso a situação se agrava. Há superlotação que, somada aos funcionários sobrecarregados, resulta em atendimentos inadequados, horas de espera e violência. O PACS realiza, em média, 800 atendimentos diários.
Os servidores que atuam no postão relataram as situações adversas que estão enfrentando há anos, especialmente devido a falta de recursos humanos, mas também fatores como insegurança e violência, ameaças e agressões.
A enfermeira Rosane Metrangolo citou que, por dia, cerca de 200 pessoas desistem do atendimento devido ao tempo de espera, que pode chegar até aproximadamente 10 horas. “Já os que ficam internados não têm as condições ideais de atendimento por que não tem pessoal de enfermagem suficiente para isso”, afirmou.
O diretor-geral do PACS, Luis Henrique Tarragô, acompanhou o debate e declarou que o déficit de pessoal é de 20 técnicos de enfermagem, informação que foi contestada pelos demais funcionários presentes.