Foi o que aconteceu com a paciente Elizete Lopes, 50 anos, diagnosticada com hepatite C, que já evoluiu para cirrose. “Da última vez, eles falaram que a Fazenda precisa pagar a empresa que fará a distribuição dos medicamentos e isso não é feito. Estou há um ano aguardando o início do meu tratamento. Enquanto isso, as pessoas vão morrendo”, disse Elizete.
Como bons brasileiros, os infectados com hepatite C estão contribuindo para equilibrar o déficit fiscal do governo. Os pacientes que morrem por falta de medicamentos não dão despesas ao sistema de saúde. Parece humor negro, mas é um quadro que poderá se tornar realidade caso os novos medicamentos para tratamento da hepatite C não sejam, em curto espaço de tempo, distribuídos aos infectados.
No final do ano passado, foi feita a promessa de incorporação e outorgada prioridade na tramitação na ANVISA e CONITEC. Em 28 de julho, foi publicado o Protocolo de Tratamento, depois foi publicada a Nota Técnica Conjunta estabelecendo os critérios de distribuição dos medicamentos, os contratos com os fabricantes assinados e os medicamentos fabricados e prontos para serem embarcados, mas onde estão os medicamentos?
Segundo Julio Noronha, a Anvisa também proibiu a importação de uma série de medicamentos, não só para hepatite, como para outras doenças graves. De acordo com a Agência de Notícias das Hepatites, é provável que a liberação do pagamento aconteça até o final deste mês.