RS: traumatologistas da Santa Casa de Pelotas podem parar por atrasos

O grupo de traumatologistas da Santa Casa de Pelotas deu aviso prévio para rescisão dos contratos devido aos atrasos nos pagamentos. Os especialistas, assessorados pelo SIMERS, devem manter até dia 27 deste mês os atendimentos em cirurgias, consultas e plantões. A categoria reforça que tem interesse em continuar a assistência, que é feita pelo grupo há mais de três anos. Os atrasos começaram em julho. Antes a instituição pagava regularmente, respeitando o contrato existente.

Os atendimentos ocorrem pelo SUS e seguem a chamada contratualização. Pelo modelo, os gestores do sistema único da saúde firmam acordo para custear os serviços do hospital, que contrata médicos e repassa as verbas recebidas da Secretaria Municipal da Saúde. Segundo jornais, a secretaria informou que os repasses foram feitos.
Nesta segunda-feira (9), o Sindicato Médico publicou uma nota oficial em jornais de Pelotas comunicando à população sobre a situação.

O aviso prévio de rescisão foi feito em 27 de outubro, e é previsto no contrato em vigor em caso de inadimplência. “A medida foi necessária diante dos atrasos constantes e à indiferença da Santa Casa”, diz o comunicado. Os profissionais reforçam que querem manter os serviços, desde que o hospital quite dos valores e se estabeleça um novo contrato, com garantias aos especialistas.

O presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, qualificou, em audiência com o governador do Estado, José Ivo Sartori, como “insustentável” a situação dos médicos que sofrem os atrasos nos pagamentos dos hospitais filantrópicos. “A situação virou rotina, mesmo assim os médicos buscam manter os atendimentos”, disse Argollo. O presidente cobra ainda que o pagamento da categoria seja prioridade no uso dos empréstimos que o Banrisul fará à rede filantrópica, negociados com o Estado. O valor pode chegar a R$ 300 milhões.

As suspensões de serviços ocorrem diante da atitude de indiferença como a da Santa Casa de Pelotas. O SIMERS atuam em pelo menos 24 casos de instituições que atrasam os honorários. Além de Pelotas, o grupo de médicos do Hospital Bom Jesus de Taquara, gerido pelo Sistema Mãe de Deus, também comunicaram aviso prévio devido à dificuldade de negociação.