Os atendimentos ocorrem pelo SUS e seguem a chamada contratualização. Pelo modelo, os gestores do sistema único da saúde firmam acordo para custear os serviços do hospital, que contrata médicos e repassa as verbas recebidas da Secretaria Municipal da Saúde. Segundo jornais, a secretaria informou que os repasses foram feitos.
Nesta segunda-feira (9), o Sindicato Médico publicou uma nota oficial em jornais de Pelotas comunicando à população sobre a situação.
O aviso prévio de rescisão foi feito em 27 de outubro, e é previsto no contrato em vigor em caso de inadimplência. “A medida foi necessária diante dos atrasos constantes e à indiferença da Santa Casa”, diz o comunicado. Os profissionais reforçam que querem manter os serviços, desde que o hospital quite dos valores e se estabeleça um novo contrato, com garantias aos especialistas.
O presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, qualificou, em audiência com o governador do Estado, José Ivo Sartori, como “insustentável” a situação dos médicos que sofrem os atrasos nos pagamentos dos hospitais filantrópicos. “A situação virou rotina, mesmo assim os médicos buscam manter os atendimentos”, disse Argollo. O presidente cobra ainda que o pagamento da categoria seja prioridade no uso dos empréstimos que o Banrisul fará à rede filantrópica, negociados com o Estado. O valor pode chegar a R$ 300 milhões.
As suspensões de serviços ocorrem diante da atitude de indiferença como a da Santa Casa de Pelotas. O SIMERS atuam em pelo menos 24 casos de instituições que atrasam os honorários. Além de Pelotas, o grupo de médicos do Hospital Bom Jesus de Taquara, gerido pelo Sistema Mãe de Deus, também comunicaram aviso prévio devido à dificuldade de negociação.