O cenário que a comitiva do Simes encontrou é o mesmo da última visita: corredores lotados, pacientes internados em macas fora dos leitos e a confirmação da suspensão das cirurgias ortopédicas no hospital. O relatório desta visita será entregue aos representantes do Ministério Público e do Ministério Público do Trabalho ainda hoje. ‘A situação é deplorável e a forma como o paciente é tratado aqui é horrível’, disparou Télvio.
Otto Baptista disse que a visita foi baseada em denúncias dos médicos sobre as condições de trabalho e da própria imprensa que alimenta com informações o Sindicato. ‘A situação do HGL é recorrente. Acredito que vários fatores contribuem para isto, entre eles, a falta de gestão. É lamentável’, disse na presença do diretor do hospital, Pablo Fredmamm.
Cirurgias ortopédicas voltam em abril, garante secretária
Um médico revelou ao presidente da Fenam que as cirurgias ortopédicas foram suspensas desde o dia 10 de novembro do ano passado porque o contrato com a empresa fornecedora de próteses e órteses não foi renovado. ‘Apenas as cirurgias de partes moles são realizadas no HGL’, reforçou o profissional.
Os pacientes de urgência e emergência, vítimas de traumas, são encaminhados para o Hospital Rio Doces e as cirurgias eletivas, com agendamento prévio, são direcionadas na sua maioria para os hospitais da Grande Vitória. ‘Não aceitamos e não gostamos desta transferência de pacientes para Vitória. É uma situação deprimente que gera o desconforto do paciente’, disse Otto.
A secretária de Saúde garantiu que o processo de licitação para a contratação da empresa para o fornecimento de órteses e próteses já foi iniciado e deu o prazo até o final do mês de abril para que os procedimentos cirúrgicos retornem à normalidade. Para Otto o prazo é grande já que Maria Bernadeth Braz assumiu a pasta há cinco meses e já tinha conhecimento da suspensão das cirurgias. ‘É um prazo grande, mas, vamos aguardar’, disse.
Maria Bernadeth diz que vai apresentar um projeto ao Governo do Estado para que os casos de urgência e emergência passem a ser atendidos também no Hospital Geral de Linhares e não mais no Hospital Rio Doce. Para isto, precisará de aporte financeiro do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde.
Otto Baptista disse que acionar o Governo do Estado, a secretaria estadual de Saúde, o Ministério Público e o Judiciário, para que juntos encontrem a melhor solução para ajudar o Hospital Geral de Linhares.O presidente da Fenam questionou sobre a paralisação dos funcionários da limpeza e a secretária de Saúde jogou a culpa na empresa terceirizada sobre o não pagamento do tíquete alimentação aos contratados. Mas, não mencionou sobre o atraso nos pagamentos da Prefeitura alegado pela Serge Serviços.
Veja as denúncias.
HGL
Denúncias apontam que o HGL não realiza cirurgia ortopédica por falta de órtese e prótese, pois o contrato com o fornecedor dos materiais desde outubro está inválido, não tendo sido renovado. As fraturas fechadas são encaminhadas para Vitória, causando um enorme desconforto e arriscando a saúde do popular.
Os médicos plantonistas com especialidade em clínica médica, além de não possuírem um local adequado para repouso, foram reduzidos do corpo funcional da instituição e, portanto, os remanescentes estão sobrecarregados de serviço, o que, mais uma vez, reflete no atendimento precário ao usuário do serviço público na pasta da saúde suplementar. O HGL ainda cortou o funcionamento da ortopedia, a área não está operando por falta de material.
Os gestores do HGL atestam o descaso com a saúde da população, uma vez que desde a manhã da última segunda-feira (15) as dependências e os leitos hospitalares do Hospital Geral de Linhares estão sem limpeza nenhuma. Os 73 funcionários que prestam o serviço para a empresa Serge – contratada pela Prefeitura de Linhares – cruzaram os braços e não tem previsão de retornarem aos postos de trabalho. A empresa informou que vem sofrendo com os constantes atrasos no pagamento por parte da prefeitura e que isso gerou a situação.
Hospital Rio Doce
O Hospital Rio Doce não vem cumprindo com as condições básicas de trabalho do profissional de medicina. Desde 2015 não ocorre o repasse financeiro referente ao atendimento de convênios médicos. Os salários da urgência e emergência estão em atraso de 2 e até 3 meses, em alguns casos.
‘Como acontece no HGL, os gestores do Hospital Rio Doce não tem arcado com seus compromissos, deixando o profissional médico à deriva. Além de não realizarem o repasse relacionado aos convênios, os gestores retém os vencimentos do colega médico por 3 meses. Essa situação aterroriza o profissional, levando-o a um stress físico e emocional devido à insegurança pela total ausência de suas receitas, comprometendo por completo sua atuação diante da população.’, aponta Baptista.