Segundo relatos de profissionais de saúde, funcionários terceirizados, professores e pacientes, há falta de insumos, como luvas e seringas, médicos foram desviados de sua atividade e tiveram seu horário de trabalho alterado, muitas vezes atuando em dupla função. Alguns profissionais afirmam ter sofrido assédio moral por parte de seus superiores e pacientes, que acabam descontando no médico o descontento com as longas esperas e até mesmo cancelamento de procedimentos por falta de material. Além disso, professores e residentes acreditam que a função de ensino da instituição foi prejudicada.
O Coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no estado do Paraná (SINDITEST-PR), José Carlos de Assis, acredita que a visão produtivista da gestão tem prejudicado os serviços e precarizado as condições de trabalho. Segundo ele, são numerosas as denúncias de carga horária abusiva, descumprimento de acordo coletivo, duplicidade de função e assédio moral
Claudia Paola Carrasco Aguilar, Secretaria Geral do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR), manifesta preocupação com os desdobramentos da implantação do modelo EBSERH no Hospital de Clinicas da UFPR. Afirma a dirigente que “médicos do quadro da UFPR que foram colocados à disposição da empresa estão em desvio de função. Profissionais capacitados que desempenharam por anos atividades técnicas específicas foram desviados para atividade ambulatorial.” Anota que: A diretoria do sindicato tem se posicionado criticamente quanto a adoção do modelo, e que a expectativa era de que pelo menos funcionasse, no entanto o que temos observado é muita queixa. Conclui a Dra. Claudia alertando para a perda de autonomia da universidade, que pode prejudicar a qualidade da formação no hospital-escola.