“Foi uma vitória espetacular do Muspe. Talvez, a mais importante desse movimento nos últimos anos. Porém, o governo não abandonou a ideia que norteia esse projeto de lei. O que ele fez foi tentar esvaziar o movimento unificado retirando de pauta esse projeto. Ledo engano. O governador sabe muito bem que a retirada do projeto não resolve o problema do servidor público do estado.
Esse é apenas o primeiro passo, já que até agora não foi discutida a pauta da Saúde, que vive momentos de extrema dificuldade”, alertou o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ), Jorge Darze. Ele lembrou que os salários dos servidores da Saúde estão congelados há 15 anos. Os profissionais de Saúde do Rio têm o 30° menor salário dentre os 32 órgãos da administração pública – uma remuneração média de R$1750,00. “Esses profissionais permanecem atuando sem um plano de carreiras e em condições precárias de trabalho. A entrega das unidades públicas às instituições privadas, o assédio moral sofrido pelos servidores públicos, a não regularização dos pagamentos dos salários e do 13º salário, sequer começou a ser discutida com o governador Pezão”, completou.
Diante deste quadro, o SinMed/RJ entende que a retirada do PLC 18/2016 é a vitória de uma batalha travada pelos servidores públicos contra o governador Pezão, mas não é a vitória da guerra, logo, o movimento deve persistir até que outras batalhas sejam vencidas pelo Muspe. Essa vitória estimula o servidor a continuar na luta em defesa da discussão da pauta geral, e das reivindicações que são fundamentais para retirar a saúde pública do buraco e que causa estragos importantes, inclusive, mortes desnecessárias.
“Vamos continuar cobrando do Ministério Público o avanço do processo contra o governador pelo crime de responsabilidade, e, se for o caso, destituí-lo do governo e punir os outros dirigentes da saúde que têm praticado crimes de igual importância, como foi o caso da perda de validade daqueles milhões de insumos que estavam estocados no Centro de Abastecimento da Secretaria Estadual de Saúde”, finalizou Darze.