Os servidores iniciaram a agenda fazendo concentração no Largo do Machado, onde realizaram o ato público, iniciado às 14 horas. Logo depois, saíram em caminhada rumo ao Palácio Guanabara. Com os salários atrasados, cerca de oito mil professores, bombeiros, médicos, enfermeiros, além de servidores de muitas outras categorias, tomaram as ruas de Laranjeiras, com faixas e cartazes e muita indignação.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ), Jorge Darze, discursou contra a desvalorização que os funcionários públicos vêm sofrendo. “A posição que o governo do estado assume, além de ser ilegal, é um ato de violação à dignidade humana. Ninguém consegue viver com salários atrasados e 13° parcelado. Isso é inadmissível. A saúde, por exemplo, recebe há 18 anos o mesmo salário. Não há reajustes“, salientou.
A diretora do SinMed/RJ, Mônica Vieira, que participou da manifestação, ao lado do também diretor, Eraldo Bulhões, falou sobre a situação dos servidores do Hospital Carlos Chagas, onde trabalha. "Amanhã termina o aviso prévio de todos os funcionários administrativos do Hospital Carlos Chagas. Nós, médicos, vamos continuar trabalhando normalmente, mas ninguém vai conseguir fazer ficha para ser internado. Não há condições para os enfermeiros e médicos exercerem dupla função. O que estamos pedindo não é nada além dos nossos direitos. É obrigação de qualquer governo manter o diálogo com os cidadãos. Receber o Muspe para negociação é obrigação, e não favor", ressaltou.
A servidora Simone de Jesus é fisioterapeuta e criticou as parcerias público-privadas, além das realocações compulsórias impostas ao funcionalismo. “O governo está retirando os servidores de suas áreas de especialização para colocá-los em outros setores totalmente diferentes. Isso tudo se deu através da implementação de empresas privadas no serviço público. O que resta é nos adaptarmos a uma nova realidade e aprendermos novas funções. É como começar do zero”, lamentou.
Palavras de ordem e canções de protesto ecoaram durante todo o percurso. A multidão permaneceu em frente ao Palácio Guanabara até o início da noite.
Além do pagamento dos salários em atraso, os servidores lutam pelo pagamento do 13º salário, o retorno do antigo calendário de pagamentos até quinto dia útil, e contra o aumento da contribuição previdenciária de 11 % para 14 % que o governo tenta aprovar na Alerj, além da cassação de outros direitos do funcionalismo estadual, defendidos pelo Poder Executivo.