A residência médica é um programa de especialização realizado em serviço. Os participantes, que (na maioria) são recém-formados do curso de Medicina, atuam sob supervisão de médicos preceptores no dia a dia dos hospitais e colaboram para mitigar a carência crônica de profissionais. O valor da bolsa era de R$ 2.976,26, e foi reajustada para R$ 3.330,43, desde março. A Secretaria de Saúde complementa, ou deveria complementar, o sustento desses profissionais em treinamento com um auxílio moradia correspondente a um terço do valor da bolsa, mas tem falhado nisso também.
Mesmo com o repasse de verbas majorado pelo MEC, o governo do Distrito Federal não reajustou as bolsas e, não raras vezes, sequer paga o valor antigo integralmente. “Reclamamos reiteradas vezes com a Secretaria de Saúde e só recentemente disseram que o problema é na Secretaria de Planejamento”, informa o presidente da Associação Brasiliense de Médicos Residentes (Abramer), Bruno Borges Braga.
Os programas de residência médica têm sido prejudicados, também, pelo desabastecimento e falta de manutenção de equipamentos e infraestrutura das unidades públicas de saúde. Apesar de receberem valores inferiores aos salários dos médicos, não raras vezes, como os médicos efetivos, tiram dinheiro do próprio bolso para comprar material cirúrgico para poder realizar os procedimentos necessário para a realização do treinamento.
Queixas de médicos preceptores têm chegado ao Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), de que não têm sido oferecidas aos residentes oportunidades para a realização de número adequado de procedimentos, o que afeta negativamente a formação dos novos especialistas.
Os médicos residentes estão mantendo 30% dos treinandos em atividade nas emergências dos hospitais, apesar de não serem empregados da Secretaria de Saúde e não estarem submetidos à legislação trabalhista. Eles decidiram, em assembleia, manter a paralisação até que o governo faça o reajuste do valor das bolsas e pague os atrasados, desde março até agora.
Cronograma de greve
22/06- manifestação em frente à Secretaria de Planejamento e Orçamento, às 8h (Anexo do Palácio do Buriti).
23/06- manifestação em frente à Secretaria de Saúde, às 8h.
24/06- doação de sangue no Hemocentro de Brasília, às 8h.