SinMed/RJ produz documento para defender médicos do Hemorio

O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) se encarregou de formalizar, através de documento oficial, o posicionamento contrário dos médicos do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) com relação à implementação das escalas de rodízio nos finais de semana. O registro será entregue à direção da unidade e ao Secretário Estadual de Saúde, Luiz Antônio de Souza Teixeira. A deliberação foi aprovada em encontro realizado na noite do último dia 30, na sede do sindicato.

Os médicos do Hemorio se reuniram com o SinMed/RJ para discutir as mudanças compulsórias nos horários de trabalho do Corpo Clínico do instituto. As modificações ainda não foram estabelecidas, porém, estão sendo anunciadas para começar ainda este mês. A ideia seria implementar um rodízio de escalas aos sábados e domingos, mas sem nenhum adicional por trabalho aos finais de semana. De acordo com depoimentos, as alterações dariam folgas, durante os dias úteis, o que desfalcaria as equipes de segunda a sexta. Além disso, os médicos se sentem coagidos pela direção, que pressiona para que não haja questionamento quanto às determinações.

O presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, garante que casos de assédio moral não serão tolerados, e que a direção não pode mudar, deliberadamente, os horários do exercício profissional sem consultar as cláusulas contratuais, que firmam os dias e horários de trabalho de cada médico. “Nós estamos falando de uma profissão peculiar, que trabalha em diversos locais. Um médico possui uma agenda de trabalho semanal em hospitais diferentes, e não pode mudá-la dessa forma instantânea”, afirmou.

Os profissionais esclareceram suas dúvidas jurídicas, e tomaram conhecimento sobre uma série de irregularidades administrativas que ocorrem no instituto. A advogada do Departamento Jurídico do SinMed/RJ, Renata Cardoso, garantiu que quando uma determinada escala é realizada por um grande período de tempo – mesmo que não tenha sido estabelecida pelo contrato de trabalho – o plantão passa a ser vinculado como direito por habitualidade.

Darze encorajou os profissionais e ressaltou a importância de não terem medo frente às retaliações. “Ou tomamos coragem e reagimos, ou simplesmente aceitamos. Temos que ter a coragem de dizer não”.