“A situação é calamitosa. O Walfredo Gurgel tem sido motivo de reportagens sucessivas que mostram os pacientes no chão a espera de cirurgias por um longo período de tempo. O hospital que é esperança de vida está virando uma estação de morte. Nos interiores a situação é cada vez mais comprometida. Nesta semana o hospital de Currais Novos teve dois serviços desativados: a obstetrícia e a ortopedia. Os pacientes que necessitarem de atendimento nestas especialidades por lá agora serão encaminhados pra Natal, sobrecarregando ainda mais o Walfredo”, lamentou.
“Temos uma crise generalizada que se reflete na saúde, as vezes até mesmo vindo de outras esferas. Devido a atrasos no pagamento de vigilantes, o hospital Santa Catarina está fechado durante a noite por que não tem segurança. O pior é que não há perspectiva para sairmos dela. O hospital da Polícia é palco de disputa entre as secretarias de saúde e segurança. A saúde gostaria de gerir o hospital. Lá tem um serviço de residência onde os residentes estão há quatro meses sem receber. São dez residentes que fazem treinamento de especialização no hospital, que cuidam de enfermarias que já dão suporte ao Walfredo. Se eles pararem as atividades, haverá ainda mais superlotação no principal hospital do Estado”, completou.
O presidente ainda criticou a postura da secretária Eulália Albuquerque, titular da pasta da saúde no RN. “O tempero de tudo isso é o fato de termos uma secretária que tem dificuldade de dialogar com a classe. Ela é competente, tem um histórico respeitável na área da ortopedia que é sua especialidade, mas não é boa no relacionamento humano, situação que acaba exacerbando as crises que poderiam ser solucionadas – ou ao menos controladas – através de diálogos”, finalizou.