Relação promíscua entre gestores e terceirizadas gera nova fraude

O mais recente caso de investigação, pela Polícia Federal, de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro na área da saúde, desta vez em Salvador, Candeias e São Francisco do Conde, só reforça a necessidade urgente de o poder público combater a relação promíscua entre políticos e empresas terceirizadas. A informação é do presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, ao ser informado sobre a desarticulação de uma quadrilha nesta sexta-feira (22/07) dentro da Operação Copérnico, da PF.

A Controladoria Geral da União detectou mais de R$ 70 milhões pagos pelas prefeituras sem documentação comprobatória da realização dos serviços de saúde. Dentro da Operação Copérnico, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e sete mandados de condução coercitiva. Foi preso em Salvador um empresário (não identificado pela polícia) apontado como líder. Segundo a polícia, o Instituto Médico Cardiológico da Bahia é do empresário líder do esquema. As instituições prejudicadas são um hospital de Candeias e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Periperi, Itinga e San Martin, em Salvador.

De 2012 e 2015, a movimentação bancária da principal empresa investigada teria sido de cerca de R$ 750 milhões. O valor desviado ainda está sendo apurado. "O sindicato vem denunciando a atuação de terceirizadas inidôneas, falsas cooperativas e outras irregularidades há tempo, mas nenhuma medida efetiva vem sendo tomada", assegurou o dirigente do Sindimed lembrando já ter procurado o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, por exemplo. "São licitações de carta marcada, já se sabe quem vai ganhar", assinalou Francisco Magalhães ao lembrar que este procedimento facilita o desvio de verbas destinadas à saúde, em detrimento do ônus ao erário público e da qualidade do serviço prestado à coletividade.