Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde, apontou Campo Grande como a segunda capital com maior número de obesos no país, perdendo apenas para Rio Branco.
A obesidade atinge um em cada cinco brasileiros, este resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos em todo o país.
O crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento dos casos de diabetes e hipertensão. Em Campo Grande, segundo a pesquisa, 8,9% das pessoas entrevistadas foram diagnosticadas com diabetes e 25,7% com hipertensão. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.
Consumo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo impactam no avanço das doenças crônicas: mais de 25% da população adulta têm diagnóstico de hipertensão, o estudo aponta ainda que, apesar do cenário preocupante, brasileiro reduziu quase pela metade o consumo de refrigerantes e passou a fazer mais atividade física.
Fatores psíquicos também podem levar ao aumento de peso. A ciência está comprovando que pessoas obesas têm menor saciedade e uma necessidade maior de consumir alimentos calóricos para compensar essa deficiência. Isso porque o excesso de gordura corporal libera várias substâncias tóxicas para todo o organismo, inclusive para o cérebro, provocando prejuízos às áreas que controlam a sensação de saciedade e a capacidade de resistir ao consumo de alimentos gordurosos. Não se trata apenas de não ter competência para se controlar, mas as pessoas obesas sofrem de efeitos tóxicos da obesidade sobre o cérebro, provocando alterações na maneira como elas se alimentam, pensam e se emocionam.
O médico, Flavio Freitas Barbosa destaca o Transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) como um desses fatores psíquicos que podem contribuir para a obesidade. Este transtorno tem como característica, episódios de consumo descontrolado de grande quantidade de comida, acompanhado por sentimentos de angustia, vergonha, culpa, e deve ser tratado com um psiquiatra.