Nota de repúdio

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul vem a público manifestar seu repúdio às demissões dos médicos, José Mauro Pinto de Castro Filho, João Batista Botelho de Medeiros e dos outros 12 médicos desligados do hospital, de maneira arbitrária, somente neste ano de 2017. 

Essas demissões tiveram um aumento de 600% se comparado ao mesmo período do ano passado, no qual dois médicos foram demitidos.

Uma questão muito importante a ser respondida é: em meio à “crise financeira” pela qual a gestão do hospital alega estar passando, como é possível tantas demissões? Até porque, somam elas em indenizações, legalmente previstas, mais de um milhão de reais. Outra questão de suma importância a ser esclarecida: por que tanta perseguição aos médicos? Por que a atual administração quer, ao que tudo indica, desfazer-se dos médicos mais antigos a qualquer custo, já que motivo algum existiu para tais demissões? São questões sobre as quais ponderamos diariamente e não obtemos respostas. Ao contrário, quem questiona recebe como resposta, retaliações imediatas.

Dr. João Batista trabalhou na Santa Casa desde maio de 2001, e na tarde de quarta-feira (4), recebeu a notícia de que estava demitido sumariamente. Durante os mais de 16 anos em que prestou atendimento no Hospital, o referido médico sempre fez questão de lutar pelos direitos da categoria, fez parte da última gestão do Sinmed-MS, além de ter sido Presidente da entidade nos anos de 2005 a 2009, e mesmo estando em período de estabilidade provisória prevista em lei, justamente por ter sido dirigente sindical, foi dispensado antes do término dela, fato que tornará ainda mais oneroso para a Santa Casa o valor de suas rescisórias.

Reiteradas denúncias chegam ao Sindicato comunicando a forma abusiva com que é tratado o profissional de saúde dentro da Santa Casa. O Sr. Esacheu Nascimento, Presidente do Hospital, ao que parece, declarou guerra aos médicos, determinando que alguns empregados ajam de maneira execrável e injusta com a categoria. E, além de todas as questões morais e éticas, os gestores do Hospital não têm arcado com a obrigação de pagar em dia o salário dos empregados em geral e em especial dos médicos, que são sempre os últimos a receber seus haveres.

A direção da Associação Beneficente de Campo Grande – Santa Casa, tem deixado de lado sua marca “100 anos de solidariedade”, preocupando-se apenas com os interesses capitalistas, submetendo aos que ali permanecem a um ambiente de insegurança, de ameaça, favorável ao assédio moral, o que, em breve, se refletirá de forma direta no atendimento prestado à sociedade, pois os médicos se sentem desmotivados, acuados, como não poderia deixar de ser.

É notória a perseguição aos profissionais médicos que já há algum tempo vem ocorrendo naquele Hospital.

O Sinmed-MS externa mais uma vez seu repúdio a este ato e informa que prestará todo o apoio jurídico necessário aos médicos demitidos e também aos perseguidos, solidarizando-se com suas situações.

Nossa luta é em defesa de todos os médicos e tais perseguições aos profissionais são e sempre serão combatidas com veemência.