O Sinmed-MS recebeu na última terça-feira (10), a visita do presidente da Fenam, Dr. Jorge Darze e do diretor de Saúde Suplementar, Dr. Antônio José. Durante todo o dia eles participaram de audiências que tratavam sobre a situação dos médicos no Mato Grosso do Sul.
Câmara de vereadores
O presidente do Sinmed – MS, Flávio Freitas Barbosa e o médico dr. Valdir Siroma acompanharam os dirigentes da Fenam em uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, onde foram recebidos pelo vereador Wilson Sami e mais três parlamentares, em uma reunião cujo tema foi a crise da saúde no município de Campo Grande. Na oportunidade, o presidente da FENAM fez um relatório sobre a situação nacional e as repercussões nos estados e municípios, seguida de uma apresentação do presidente do Sinmed-MS, Dr. Flávio, sobre a gestão da prefeitura municipal no que se refere à saúde pública. Foram feitas denúncias importantes sobre a demissão de profissionais de saúde, comprometendo seriamente o funcionamento do sistema público, e, em algumas unidades, as filas aumentaram devido à carência de pessoal e às frequentes retiradas de gratificações que eram pagas aos médicos acarretando redução de remuneração. “Para nós pode sugerir o ingresso em juízo de ação denunciando decisões de governo que colidem com a Constituição Federal”, destacou Darze.
Audiência no MPF
Na sequência eles seguiram ao MPF para denunciar a situação dos médicos da Santa Casa, externaram problemas como atraso do pagamento da remuneração, demissões que configuram mais retaliações contra os médicos que contestaram a gestão atual e a falta de transparência no gasto do dinheiro publico nos projetos implementados pela instituição. A equipe foi recebida pelo procurador da república, Dr. Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, responsável pela tutela coletiva.
Dr Darze denunciou que a Santa Casa tem realizado a demissão de vários médicos, sem motivação, aparentemente porque possuem discordâncias em relação à gestão do hospital. Lembrou ainda que não há transparência na aplicação de recursos pela instituição. “Há um total desrespeito com os profissionais. Tal situação reflete na qualidade do serviço de saúde prestado e ocasiona sobrecarga de trabalho e demora no atendimento médico”, disse.
Dr Flávio Freitas Barbosa pediu transparência na aplicação dos recursos públicos. “Por se tratar de entidade filantrópica, este repasse de dinheiro deve ser feito de maneira transparente. O hospital alega atraso nos repasses do SUS, porém temos informações de que os recursos estão sendo transferidos regularmente”, esclareceu. Além disso, se comprometeu a enviar ao MPF, no prazo de dez dias úteis, uma documentação referente ao atraso nas verbas rescisórias, que inclusive não são transparentes. O procurador se comprometeu a investigar a situação, para tomar as devidas providências.
À noite, os médicos de Campo Grande se reuniram no auditório do sindicato, para discutir a desastrosa gestão da prefeitura e as iniciativas que vem sendo tomadas pela direção da Santa Casa, repercutindo no trabalho dos médicos e prejudicando assistência à população. Darze apresentou a pauta, que a FENAM elegeu como prioritária no movimento médico nacional, e ratificou o compromisso de unificar nosso trabalho com as demais entidades médicas nacionais.