Passeata em Campo Grande-MS instrui população sobre Revalida

Médicos e estudantes do curso de medicina fizeram passeata no dia 25 de maio, para explicar à população sobre o Revalida (exame de revalidação de diploma para médicos estrangeiros), e as sérias consequencias que a não aplicação da prova pode causar à saúde das pessoas. A manifestação foi organizada pelo Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos), CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) e AMMS (Associação Médica), em parceria com os estudantes do curso de medicina da Capital. Em apoio ao manifesto também esteve presente a Academia Sul-Mato-Grossense de Medicina e o deputado Federal Luiz Henrique Mandetta, que tem defendido categoricamente os direitos e a saúde da população, sendo um importante aliado da classe médica junto ao congresso nacional.

Durante o trajeto que teve início na praça do Rádio Clube e seguiu pela Avenida Afonso Pena, Rua 14 de julho e Barão do Rio Branco, regressando ao ponto inicial, os manifestantes seguraram cartazes, faixas e distribuíram panfletos informando sobre a importância do Revalida e o quanto o país perderá com a importação de médicos que não tenham passado pelo processo de revalidação de diploma, para exercer suas atividades no Brasil.

“É sempre importante ressaltar que não somos contra a vinda de médicos estrangeiros, queremos apenas que os mesmos passem pelo Revalida, até para que não se cometa injustiça com aqueles que estudaram fora e precisaram passar pelo exame para poder trabalhar aqui”, diz o presidente do Sinmed-MS, Marco Antônio Leite.

Marco ressalta que existe um pré-julgamento por parte da sociedade sobre o assunto e que é preciso avaliar caso a caso para que não sejam cometidos equívocos e injustiça. “A primeira impressão é que a vinda de seis mil médicos seria a solução para a falta de profissionais no interior, mas é preciso entender todo o contexto antes de aceitar a proposta de forma tão simplista. Até mesmo a Ordem dos Médicos de Portugal disse que não vão aceitar as condições de trabalho imposta pelo governo brasileiro, ou seja, eles também entendem que o problema não é a falta de médicos, mas sim a deficiência em estrutura e falta de incentivos para que os médicos atuem em condições tão adversas”.

Importação Europeia

A proposta do governo Federal é que venham profissionais de Cuba, Portugal e Espanha. No entanto, a Ordem dos Médicos de Portugal já se posicionou dizendo que o choque cultural e técnico entre os países podem atrapalhar a pratica da medicina por estrangeiros no país. Em entrevista feita ao CFM (Conselho Federal de Medicina), o presidente da Ordem portuguesa, José Manuel Silva, diz: “dificilmente algum médico português aceitará as condições oferecidas pelo Brasil. Até porque a situação de trabalho nesses locais mais distantes certamente é mais dura e haveria problemas de adaptação”. Silva ainda afirmou que se o acordo for feito, não há como obrigar o médico português a trabalhar em uma determinada localização. “Essa proposta é desrespeitosa. Não queremos uma limitação geográfica, nem visto temporário”, finaliza.