A informação é do presidente da Comissão Científica, Cláudio Santili. Ele explica que a gravidade dos acidentes faz com que muitas vezes a vítima venha a falecer durante o percurso, quando transportado não estabilizado mesmo em ambulância, devida à hemorragia ou a choque neurogênico.
“A decisão do presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT, Flávio Faloppa, é no sentido de que aumentemos a capacitação dos ortopedistas das pequenas cidades e dos centros mais distantes de atendimento especializado”, para que o acidentado seja tratado o mais rapidamente possível e o mais próximo do local do desastre, ao invés de ser transportado para um hospital distante.
Santili lembra que não basta ter ortopedistas mais capacitados, é preciso que o governo melhore a infraestrutura, o que significa mais salas de cirurgia, maior disponibilidade de material, fixadores externos e internos, mas como isso independe da SBOT, ela está fazendo sua parte, aumentando o treinamento e a capacitação dos especialistas.
Brasileiro do Canadá – Para o Congresso virão convidados especiais, entre os quais Jeffrey Anglen, da Academia de Trauma dos Estados Unidos e Jeff Jupter, especializado no tratamento de fraturas de mão e membros superiores.
Está confirmada também a presença do brasileiro Júlio Fernandes, paranaense há muitos anos radicado no Canadá, onde dirige um curso de pós-graduação de instituição voltada para a pesquisa sobre cartilagem.
“O problema da substituição da cartilagem por um produto desenvolvido em laboratório é extremamente atual”, explica Santili. “Não apenas em virtude de trauma, mas também por causa do envelhecimento da população, há milhões de pessoas no Brasil que tiveram desgaste da cartilagem e ainda não existe uma opção para substituí-la”. Por isso mesmo é muito importante a presença do especialista, que pode falar das perspectivas criadas a partir das intensas pesquisas em andamento nos países desenvolvidos e que também são feitas em instituições nacionais.
Santili insiste, porém, que o grande valor do evento que se anuncia é a atualização dos ortopedistas, a difusão do conhecimento para o especialista das pequenas cidades. “Hoje o resgate pelos paramédicos tornou-se muito eficiente no Brasil inteiro”, lembra o médico. “Mas falta otimizar o segundo elo, do atendimento, o Pronto Socorro, que deve ser sempre o mais próximo. Em casos de politraumatismo, como frequentemente ocorre em acidentes de moto, reduzir o tempo entre o desastre e o início do tratamento resulta também na redução das mortes e das sequelas. Esse é o objetivo maior da SBOT”, completa o presidente da entidade, Flávio Faloppa.
O presidente do Congresso, Rogerio Fuchs, do Paraná, lembra que um dos pontos altos do encontro será o dia do superespecialista, pois a Ortopedia tem 12 especialidades, coluna, mão, joelho, entre outras. Nessas sessões específicas os superespecialistas farão exposições para o ortopedista generalista, falando, por exemplo, como atuar no caso de uma amputação traumática da mão, como abordar essa necessidade e que medidas adotar.