Simes se reúne com Ministério Público Federal em São Mateus

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo se reuniu, na tarde dessa quarta-feira (27), com a Procuradora da República no Município de São Mateus, Dra. Carolina Augusta da Rocha Rosado, para pautar as demandas do trabalhador médico do Estado.

O tema central da pauta foi a marginalização do profissional médico que vem ocorrendo nas Regiões Norte e Noroeste do Estado. Os médicos tem sido cobrados excessivamente em relação ao ponto eletrônico, tendo seus nomes expostos na recepção dos hospitais, além de serem alvo de processos por improbidade administrativa, sozinhos. Nenhum tipo de cobrança têm sido imputada aos gestores.

O advogado do Simes, Dr. Télvio Valim, entende que o médico está sendo tratado como marginal nos hospitais dos municípios nas regiões citadas. ‘Fica nosso apelo à Procuradora Federal, Dra. Carolina Rosado, para que não embarque nessa caçada ao profissional médico. Os gestores estão jogando a sociedade contra o médico, expondo seus nomes na recepção dos hospitais, deixando a responsabilidade pela má gestão na conta do médico. A marginalização do profissional médico é amplamente iníqua e a responsabilidade do gestor não pode ser ignorada.’, afirmou o advogado.

A Procuradora da República explicou que as cobranças não são exclusivas da região e que o ponto eletrônico é uma obrigação que está sendo imposta a nível federal, não como medida repressiva, mas, sim, um inquérito cível preventivo. Contudo, o Simes alerta que essa cobrança não pode ser feita apenas aos médicos e deve ser analisada de forma aprofundada, como explica a diretora do Simes, Dra. Andrea Fiorini. ‘O ponto eletrônico tem sido cobrado apenas ao profissional médico, mas não podemos esquecer que ele trabalha dessa forma por um acordo feito e assinado pelos gestores dos municípios, secretários de saúde e prefeitos. Não é o médico que deve ser cobrado quando a Saúde Pública apresenta falhas pela gestão irregular, com poucos médicos em quantidade insuficiente para atender a demanda nas unidades.’, afirmou a diretora.

Aliado à insatisfação com a marginalização do médico, está o maior problema da saúde pública: as péssimas condições de trabalho encontrada pelos médicos para exercerem sua função. ‘Entendemos o que a Dra. Carolina nos passou em relação ao controle social, em relação ao nome dos médicos na recepção das unidades. Contudo, não concordamos, pois nosso médico está cada vez mais exposto à insegurança, sujeito a violência verbal e física. Muitos desses médicos levam seu próprio equipamento hospitalar e, por vezes, não encontram consultórios suficientes para atenderem. Esse tipo de conduta por parte do Estado e dos municípios deixa o médico à deriva e população desassistida’, finalizou a Dra. Andrea Fiorini, ginecologista e obstetra.