"Para nós é um descaso muito grande. Além de não haver reajuste foram cortadas três gratificações que recebíamos, o que para nós complementava o salário defasado de R$ 2.500,00. A classe médica está saturada com toda esta situação. Evitamos a greve até o último momento, mas não houve cooperação da administração pública, que sempre protelou negociar e chegar a uma contraproposta razoável, o que para nós é um absurdo", diz o presidente do Sinmed-MS, Valdir Shigueiro Siroma.
O médico Erasmo Lima Pinho Junior, que trabalha na prefeitura há oito anos, votou pela paralisação já que não vê outra saída para os profissionais. "Nunca a categoria foi tão humilhada e se não tomarmos uma atitude severa agora, chegaremos a um caminho sem volta", protesta o clínico. Para Marcela Souza que há nove anos é concursada da prefeitura e atua como clínica plantonista não houve outra opção que não fosse a paralisação. "Votei pela greve devido as atuais condições de exercício da minha profissão nas Unidades de Pronto Atendimento, reclama.
Ela acrescenta ainda que a atual gestão tem colaborado para a piora do atendimento a população, promovendo desestruturação na área da saúde, o que ocasiona a falta de medicamentos, demora nos atendimentos com a diminuição dos profissionais, apesar da demanda ter aumentado. Outro médico indignado é o ortopedista Celso Jorge Cordoba Mendonça, que há 20 anos trabalha para a prefeitura e nunca viu situação tão calamitosa: "O que está acontecendo é grave, em todos os anos que trabalhei nunca vi algo parecido, é muito desconhecimento político com relação aos serviços de saúde à população", explica.
Greve
Os profissionais farão o atendimento básico com 30% do efetivo, mantendo sem diminuição de efetivo a urgência e emergência. A greve começa dia 06/05, próxima quarta-feira e permanecerá por tempo indeterminado até a prefeitura fazer uma contraproposta digna para a categoria, entre elas: reajuste salarial e dos plantões e revogação do decreto que corta as gratificações dos profissionais.
"Pela primeira vez na história uma administração conseguiu revoltar tanto a classe médica. Tivemos uma assembleia tensa e notamos que a categoria não aceitará mais ser tratada com desdém pelos gestores. A saúde tem que ser tratada com mais respeito e o Sinmed-MS irá até as últimas consequencias para defender os interesses da categoria", conclui Valdir Shigueiro Siroma, presidente do Sinmed-MS.