BA: Emergência Obstétrica do Santo Amaro fecha em novembro

A diretoria do Hospital Santo Amaro (HSA) comunicou oficialmente aos médicos da instituição que, a partir do dia 1º de novembro, será suspenso o atendimento obstétrico de emergência, permanecendo apenas os procedimentos eletivos. A informação foi apresentada ao Sindicato dos Médicos, em reunião com a Fundação José Silveira, na quarta-feira (30).

O Sindimed, que já havia externado sua preocupação com o iminente fechamento da emergência obstétrica, alerta para as graves consequências que a medida trará no âmbito da prestação de assistência à população de Salvador, que poderá inclusive gerar um caos no âmbito das maternidades.

Haverá uma sobrecarga insustentável em maternidades públicas como a Tsylla Balbino, e a Climério de Oliveira, cujos atendimentos se comparam ao do Sto. Amaro. Isso pode significar o colapso do atendimento obstétrico na Bahia, que já vive no limite.

Em Salvador, emergências obstétricas em atividade para atender a saúde suplementar estão em funcionamento os hospitais: Português, Jorge Valente, Sagrada Família, Tereza de Lisieux e o Santo Amaro. Lembrando que o hospital Tereza de Lisieux funciona como unidade de rede própria de um único plano e, portanto, não abarca as pacientes que deixarão de ser assistidas no Santo Amaro. Lamentavelmente a estrutura é insuficiente para dar conta da demanda da cidade.

O hospital Santo Amaro possui tradição em maternidade há cerca de 30 anos, dispondo de 27 leitos de obstetrícia, realizando cerca de 300 partos por mês e sendo responsável por boa parte dos partos realizados na rede de saúde suplementar em Salvador.

Sem previsão sobre retorno da emergência, o fato gera sérias consequências também para os médicos que são contratados via CLT pela Fundação José Silveira/HSA, uma vez que 60% da composição salarial é decorrente de produtividade e, com o fim da emergência, deixarão de ser pagos ou, no mínimo, sofrerão drástica redução.

O assunto já havia sido tratado pelo Sindimed com os médicos do Hospital numa reunião, no dia 27, com a presença de dirigentes do Sindicato, Associação de Obstetrícia e Ginecologia (Sogiba) e do Conselho Regional de Medicina (Cremeb). Agora o problema está sendo comunicado também à Assembleia Legislativa, à Câmara Municipal de Salvador, à OAB e aos Ministérios Públicos do Estado e do Trabalho.

Na reunião do dia 27, foi sugerido também que a preocupação das entidades médicas seja levada, inclusive, ao deputado Antonio Brito, que conhece bem a Fundação José Silveira e tem atuação constante na área da saúde da Bahia.