BA: UPA de Itinga em greve a partir do dia 18

A definição pela suspensão dos atendimentos se deu pelo fato do Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCB), empresa gestora da unidade, não apresentar nenhuma proposta referente à pauta de reivindicações, elaborada pelos médicos e encaminhada, no último dia 30, pelo Sindicato, com cópia para o prefeito, secretário de Saúde do município, governador, arcebispo, MPT, MPE, Cremeb e ABM.

Em assembleia realizada no dia 28 de outubro, os médicos listaram as principais deficiências encontradas na UPA, que vêm tornando o trabalho dos profissionais uma missão quase impossível. Faltam desfibriladores, laringoscópio para a pediatria e a UPA não conta com o serviço de telemedicina. Além disso, o laboratório não funciona. O material é coletado na unidade é encaminhado para o Hospital Jorge Novis ou o Menandro de Farias. Os resultados dos exames chegam a demorar mais de quatro horas, o que dificulta diagnósticos precoces e o tratamento.

A insegurança é outra queixa da equipe médica, funcionários e pacientes que têm que apelar, em casos de necessidade, para um posto policial localizado próxima a UPA. No caso da equipe médica, o risco fica mais evidente em situações quando os dois únicos plantonistas de clínica médica, além dos profissionais que trabalham no atendimento da emergência, são obrigados a prescrever e acompanhar a evolução dos pacientes que estão internados aguardando regulação, fazendo assim o papel do médico diarista para a clínica médica, que não existe na unidade.

Esta sobrecarga de trabalho causa atraso no atendimento, gerando insatisfação na população, aumentando assim o risco de violência contra os plantonistas.
Além de todas estas dificuldades, os médicos que possuem vínculo de pessoa jurídica, vivem sob constantes atrasos dos pagamentos e, por isso, reivindicam a contratação pelo regime de CLT, com salário de R$ 11.500 para carga horária de 24 horas semanais, e enquanto não se regulariza o vínculo CLT, que o pagamento dos profissionais sob regime de PJ seja feito até o dia 20 do mês subsequente.

Diante deste quadro insustentável, quando os médicos não conseguem exercer dignamente suas atividades e a população não encontra o tratamento merecido, recebendo atendimento de qualidade, é necessário agora parar para acertar. Os médicos estão abertos para negociação e aguardam do IMCB uma proposta decente que valorize o trabalho do médico e a saúde dos usuários.

Reivindicações

Regularização trabalhista, com imediata contratação sob a CLT, com salário de R$11.500,00, por jornada de 24 horas semanais;
Pagamento dos profissionais que prestam serviço sob regime PJ – Pessoa Jurídica até o dia 20 do mês subsequente ao trabalhado, até a efetivação da contratação sob a CLT;
Contratação de médico diarista para clínica médica, para evolução e prescrição dos pacientes em espera de transferências (regulação);
Funcionamento 24 horas do laboratório dentro da unidade para realização de exames essenciais;
Compra de materiais e equipamentos, a exemplo de laringoscópio para a pediatria, desfibriladores e equipamentos para processamento dos exames no laboratório da unidade;
Instalação de serviço de serviço de telemedicina, funcionando 24 horas;
Segurança interna da UPA, através de policiais militares.

ASSEMBLEIA PARA ORGANIZAÇÃO DA GREVE

17/11 TERÇA-FEIRA 19H30

NO SINDIMED