Cerca de 30 mil médicos residentes do Sistema Único de Saúde (SUS) paralisaram os seus serviços em todo o Brasil, nesta quinta-feira (24). Parte desses profissionais fez concentração em frente ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), em Brasília. O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMED/RJ) acompanhou e apoiou o movimento.
Durante esta quinta-feira (24), o diretor do SINMED/RJ e diretor da FENAM, José Alexandre Romano, participou da reunião da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), buscando negociar o aumento da representação das entidades médicas na composição da Comissão e garantia do fim da Câmara Recursal, que atua dentro da CNRM, que é uma das reivindicações da categoria.
“Após quase 40 anos, conseguimos, através da intervenção da FENAM, apoiar a proposta dos médicos residentes de fazer a paralisação. Até o dia de hoje, as plenárias da comissão eram fechadas. Hoje foi um dia histórico,. Rompemos essa barreira”, declarou Romano.
No Rio de Janeiro, cerca de 800 médicos participaram de uma concentração em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) e depois seguiram até o Palácio Guanabara. O diretor do SINMED/RJ, Norival dos Santos, participou da manifestação. “Foi uma mobilização muito grande. A primeira de muitas”, elogiou. Os médicos residentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca) também realizaram manifestação em frente ao hospital.
O movimento é organizado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR). O efetivo mínimo para atendimentos de urgência e emergência de 30% está sendo mantido. A retomada dos demais atendimentos está programada para esta sexta-feira (25).
O diretor da Associação de Médicos Residentes do estado do Rio de Janeiro (Amererj), João Felipe Zanconato, alertou para a importância de mobilizações no âmbito nacional. “O movimento nacional dos médicos já conseguiu derrubar o decreto presidencial que cria o Cadastro Nacional de Especialistas. Agora, aguardamos uma resposta positiva para as nossas reivindicações”, disse Zanconato.
Outras reivindicações dos médicos residentes são: a fiscalização imediata de todos os programas de Residência Médica antes da abertura de novas vagas; plano de carreira e de valorização para os preceptores; plano de carreira nacional para médicos do SUS; o fim imediato da carência de dez meses (INSS) e isonomia da bolsa de Residência Médica com a bolsa do programa Mais Médicos.